Faz um mês.
Faz um mês exatamente que saí de casa antes de amanhecer, entupindo o carro do Re, com ele, a Fabi e a minha mãe. Um mês da pra sentir saudades já... Estou hoje com bastantes saudades. caetano veloso é um bom remédio, sempre. As saudades têm fases, e eu acredito em ciclos também... agora que o inverno está acabando, vamos ver em que fase entro dessa viagem. Uma coisa que ja sinto é o cotidiano. Já tenho dias de preguiça, dias normais, já parece que isso é normal. Apesar de tudo ter um pouco de cara de intervalo. Mas é um pouco isso que eu queria mesmo, intervalo. Estou grata a mim mesma por ter tido coragem de me dar o que eu queria.
Eu sou de fato uma pessoa medrosa, e estou começando a me conformar com esse fato, e não achá-lo algo tão grave... Eu simplesmente observo: olha, estou com medo, do quê dessa vez? E daí é assim, o medo vai mudando e um vai passando enquanto outro vai chegando... Acho que o importante é só não fugir, fazer as coisas, falar as coisas, viver as coisas... mesmo com medo.
Ok, isso já ta muito auto-ajuda, então vou voltar a simplesmente contar da vida:
Sexta feira peguei um trem (escolhido pelo preço, e não pelo horário hehehe) pra Verona. Lá, a família. Sinto uma ligação e um amor muito forte desde a primeira vez que os vi com 7 anos (minha vó sempre se lembra "erica, o que você mais gostou da viagem inteira?" "os parentes...")
É uma experiência muito bonita encontrar parte daquilo que é muito seu, muito antigo, muito familiar... tão longe. Chegando na casa da Fiorenza e do franco entrei no banheiro, olhei em volta, lembrei da primeira vez que entrei la, em 2008, no verão, numa outra luz. Quase chorei. Não sei, os lugares, os cheiros, aquilo que me afeta (de afeto mesmo, mais puro)
fomos "fare un giro" numa parte da cidade que eu não conhecia muito, nós três. O dia de repente tinha aberto um azul de quase-primavera, uma luz de fim de tarde... simplesmente fantástica.
Além do sentimento de pertencimento às pessoas... Verona é linda, Verona é toda quente, pequena, cheíssima de tantas esquinas lindas em tão pouco espaço. Verona é a cidade na qual não parece caber tanta coisa bela. Mais pra "bellina" pq tudo me parece pequeno e delicado lá. Verona é alaranjada, quase rósea... Acho que Verona tem cor de entardecer.
(o que me fez pensar que se Verona é alaranjada, e Budapeste é amarela - não, o Chico não foi mto original, qqr um que foi pra lá ja notou isso hehehe-, acho que Milão é beige, São Paulo azul escura, Roma é branca, Veneza azul claro, Firenza dourada, Praga tem cor de tijolo... e eu acho que não conheço uma cidade vermelha. Estou pensando em procurar uma cidade vermelha)
Enfim, a beleza de Verona tem algo de amoroso, que me lembra Romeu e Julieta mesmo, mas não os dois personagens desvairados e infantis... Os personagens adultos da peça, o próprio Frei... é que pra mim Verona parece ter um olhar de antiga sobre uma jovialidade, sensualidade... Mistura-se uma tradição, religião com cores de juventude. Acho que é assim que a vejo.
jantei sexta com Federico, Ana e Giada, a criança mais linda dos últimos tempos. Como ela é carinhosa! Virei prima coruja assim, rapidinho.
Sábado encontrei Irene, mil conversas... nós duas, assim, sempre. Fomso até a casa do Giuseppe que fez capelleti in brodo... e quando digo "fez", digo fez a massa e tudo! Foi um almoço delicioso com ele, a mulher e as duas filhas, minhas primas Elisa e Francesca, que são também um amor, e a gente riu muito... Me diverti muito mesmo. Ainda pude encontrar zio Sergio e zia Tosca.
Mais tarde ainda fui na exposição do Corot com a Irene... muitos pensamentos e mais sentimentos sobre paisagem, de formas que eu nunca tinha apreciado tanto.
Enfim, ainda vi Antonella e "il suo nuovo compagno" (como me disse a Fiorenza) Christiano, que nos levou de noite para conhecer o Borghetto. lugar lindo, principalmente à noite, perto do lago de Garda.
Ainda antes da volta encontrei Giancarlo e Ana, com quem foi muito muito bom poder conversar!
Como eu digo sempre lá, não me importo em definir as relações de parentesco... os mais novos chamo de primos, e os mais velhos de tios... e pronto... estamos todos próximos, juntos, e pronto.
E obviamente voltei com muitos novos e velhos "gostos de viagem". Comida é amor na Italia.
A chegada me deu um dia ou dois de crisezinhas bestas pseudo existenciais, sobre minhas escolhas, minhas saudades... o quanto é contraditório estar tudo bem e sentir tanta alta também de coisas que estão do outro lado do mundo.
Mas minhas aulas essa semana fora até agora muito boas! Com crianças sempre tem que gastar energia: ou é pra elas se empolgarem, ou pra pararem um pouco quietas... mas sempre vai muita energia. acho bom, me satisfaz muito! Juntamos um garoto que tinha aula sozinho eparecia todo triste a uma turma de duas meninas, e ele riu na aula, se divertiu... me senti muito feliz!
Agora esse post tem que acabar, por mais que eu tenha mil coisas a dizer, porque hj tenho que dar aula pra duas turmas, e uma delas não segue um livro então tenho que criar a atividade de hoje...
Última coisa, queria dizer o quanto foi uma surpresa linda receber uma chamada d skype do Ro e da Ingrid, me dando notícias da Fundação, deles... aumentou um pouco minhas saudades, mas me deixou mto feliz!! E ontem a uma hora no skype com o Re, a Fabi e o Rafa foi outro presente... saudades, queridos!
Ouvindo "Odara", pra o dia "ficar Odara, jóia rara, qualquer coisa que se sonhara..."
já que hoje acordei prum torcicolo gigante e uns problemas burocráticos, além de saudades.
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